A Universidade Estácio, que conta com 261 mil alunos em 36 cidades de 17 estados, substituirá por tablets, em cinco anos, todo o seu material didático – hoje feito em xerox e enviado semestralmente aos estudantes via correio. A mudança começará em agosto, quando os cinco mil novos estudantes de direito do Rio, curso que deu origem à empresa, deverão receber a nova ferramenta. Segundo a universidade isso não aumentará o valor da mensalidade:
- Ainda estamos em negociação com os fabricantes, mas será um bom tablet, que roda Android e com boa capacidade para flash e vídeo, já que nosso material pedagógico é multimídia e interativo – disse Pedro Graça, diretor de mercado da Estácio. – Provavelmente será um modelo que ainda não foi lançado no Brasil e deveremos pagar por unidade, entre US$ 350,00 e US$ 450,00, pois nosso contrato de três anos vai prever a compra de cem mil tablets anuais.
O modelo que está sendo criado pela Estácio prevê que o tablet use gratuitamente a rede Wi-Fi dentro de suas instalações. Se o estudante quiser, poderá contratar o serviço com operadoras, que já estão negociando pacotes especiais com a universidade. A manutenção do equipamento ficará por conta da instituição de ensino, porém caso o estudante perca ou danifique o equipamento, terá de pagar por um novo – a preços de custo da Estácio. O estudante, entretanto, poderá contratar seguros e terá inovações a seu favor:
- O tablet terá um mecanismo que o obriga a se conectar de tempos em tempos com a rede da Estácio, do contrário para de funcionar. Assim, pretendemos diminuir o risco de assaltos – disse o diretor, que afirmou que ao fim do curso o aluno ficará com o tablet, adiantando que a novidade será anunciada com estardalhaço a partir do dia 17, com a propaganda do vestibular.
Economia de 214 milhões de folhas de papel/ano
A ideia surgiu há algum tempo na universidade, que faz pesados investimentos em material didático, e que no ano passado firmou um acordo com a Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos (ABDR) para pagar os direito dos livros que copia e que envia aos alunos:
- O uso dos tablets permitirá que nossos alunos façam ainda mais exercícios simulados, e o ensino ficará mais completo. Hoje temos uma área com conteúdo para alunos no site, mas nem todos têm acesso. Além disso, o estudante poderá acessar nossa biblioteca virtual, com mais de 1.600 obras, do tablet – afirma Paula Caleffi, reitora e diretora de ensino da Estácio.
Pedro Graça acredita que a troca causará, indiretamente, inclusão digital de partes dos alunos oriundos da classe C, parcela que aumenta na Universidade. Além disso, em sua opinião, o estudante sairá mais preparado para o mercado de trabalho, dominando uma ferramenta que tende a se popularizar.
O diretor da Universidade afirma que os tablets trarão ganhos ambientais para a Estácio: no primeiro ano, seis milhões de folhas de papel deverão ser economizadas. Quando todos os alunos estudarem com a ferramenta, a economia deve chegar a 214 milhões de folhas anuais:
- Certamente estamos iniciando uma fase de mudanças, algumas positivas e outras negativas, e por isso iniciaremos com o projeto piloto no direito. O professor, por exemplo, além de dominar a ferramenta terá de disputar a atenção do aluno com uma máquina que conecta à internet.
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